Thursday, 27 May 2010
Monday, 24 May 2010
Friday, 21 May 2010
Wednesday, 19 May 2010
Carlos, porque tu és e serás sempre o nosso Carlos
há muito quem morra precipitadamente
ainda o ar não faísca contra o prodígio das frutas,
ninguém ainda está maduro,
uns são varados por uma bala na bôca,
outros deitam os pulmões queimados pela bôca fora,
ou são cortados ao meio por uma serra eléctrica,
há quem avance pela água e vá pela água abaixo e MorrA coberto de
água, quem talhe a veia jugular frente ao espelho para ver o que faz a morte
com tanto sangue à volta dela,
são mortes académicas,
et parce que l’on ne peut pas ne pas écrire,
talvez se devesse morrer de ter escrito uma frase, ou respirada ou
irresistível ou arrancada, excedendo o mundo,
ou uma expressão de amor obscena e dôce,
então sim já se estaria pronto para as perguntas:
dói? doem? onde? como? quando?
sempre, o corpo todo, toda a memória, o que pára ou se move,
como junto a um monte de sete adjectivos de sêco e fero a informe,
onde tudo dor lhe era e causa que padeça,
eu, substantivo,
já pouco sôfrego,
já estrito, mínimo,
apanhado nos distúrbios de março a junho, e o ouro
sobe à pôlpa das nêsperas, e o sangue sobe
para debaixo das pálpebras quando se dorme e o corpo é LUMINOSO
para sempre querido irmão
CARLOS MANUEL MOREIRA FERREIRA
Labels:
xinxa
Wednesday, 12 May 2010
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