Wednesday, 30 July 2008
Mark Rothko
O silêncio é o mais acertado. Era desta forma que Mark Rothko, um dos artistas mais importantes do século XX, respondia quando lhe pediam para falar das suas pinturas. Temia que as suas palavras paralisassem a mente e a imaginação do espectador. Acreditava que uma imagem abstracta representa directamente a natureza fundamental do drama humano. Daí que seja de uma inequívoca importância histórica, além de teórica, a publicação de A realidade do artista de Mark Rothko.
Nascido Marcus Rothkowitz na Rússia, em 25 de Setembro de 1903, emigra com a família para os Estados Unidos da América dez anos depois. Cedo convive e estuda com artistas; cedo percebe que a arte, enquanto expressão da tragédia da condição humana, terá que encontrar uma linguagem nova. Aos poucos, Rothko vai experimentando, utiliza novas linguagens, de que depois se liberta, até, por fim, abandonar os elementos figurativos, concentrando-se nos elementos pictóricos puros, convicto de que, só por si, revelariam uma elevada verdade filosófica.
Quando se suicidou, já doente, em 25 de Fevereiro de 1970, Rothko era reconhecido nos EUA e na Europa pelo seu papel crucial no desenvolvimento da arte não-representativa. Empenhado na sua visão artística ímpar, Rothko celebrou o poder quase mítico da arte junto da imaginação criativa e nunca abandonou a crença na capacidade que a arte abstracta tem para ser fruída em termos puramente emocionais. O pensamento anima a sua pintura. Pintura que, como afirma Christopher Rothko, seu filho, “foi sempre, e continuaria sempre a ser, acerca de ideias.
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